sexta-feira, 2 de abril de 2010

As Duas Faces de Um Crime (Primal Fear)


As Duas Faces de Um Crime (Primal Fear)
1996/ EUA/ 130min.
Direção: Gregory Hoblit
Elenco: Edward Norton, Richard Gere, Laura Linney, John Mahoney, Alfre Woodard, Frances McDormand.

Filmes de tribunal podem ser muito cansativos ou interessantes. As Duas Faces de Um Crime pende mais para a segunda opção.

Na trama, Martin Vail (Richard Gere) é um advogado de sucesso centrado em si mesmo. Extremamente vaidoso, o principal objetivo de Vail é destacar-se, superar-se a cada julgamento independentemente da culpa ou inocência de seus clientes. Para provar a sua competência ele se lança em casos difíceis.

Um importante arcebispo foi brutalmente assassinado com 78 facadas. O principal suspeito trata-se de um jovem de 19 anos, Aaron Stampler (Edward Norton). Todas as provas apontam para Stampler. Vendo o caso como mais uma oportunidade para se destacar, Martin Vail decide representar o garoto. Segue-se então um julgamento que pretende desvendar o assassinato.

Como se trata de um filme centrado na trama e não nos indivíduos, a história não aprofunda o perfil dos personagens em questão além do necessário. Um exemplo disso é a maneira como o personagem de Gere muda de idéia de maneira natural, sem grandes explicações. Inicialmente ele se apresenta imparcial, não se importa com a motivação ou a possível culpa dos seus clientes. O primordial é fazer o seu trabalho: inocentar o acusado. Entretanto, a personalidade frágil e pura do personagem de Norton provoca a simpatia do advogado que começa a acreditar na inocência dele.

Algumas tramas paralelas também permanecem na superficialidade. Como, por exemplo, o “romance” entre Vail e a promotora interpretada por Laura Linney. A relação se mostra como um contraponto, um alívio e um alicerce para que os personagens que se enfrentam no tribunal se conheçam bem podendo, assim, dinamizar e intensificar a tensão do julgamento.

Em compensação, como já foi apontado, o foco aqui é a trama. A necessidade de descobrir quem de fato foi o responsável pela morte do arcebispo. Dessa maneira tudo o que foi citado se justifica e não atrapalha o desenrolar do enredo.
A história é muito bem construída apresenta diversos elementos - surpresa. Elementos esses bem colocados. O enredo está recheado de reviravoltas que se encaixam perfeitamente sem que nenhuma ponta fique solta. Sendo assim, os principais trunfos do longa residem na própria história e nos atores.

Todo o elenco interage bem, mas o verdadeiro destaque fica por conta de Edward Norton que, como de costume, rouba a cena sendo capaz de surpreender a cada momento. Gere apresenta uma performance competente, assim como Linney e Frances McDormand, muito boas. Sendo assim, esse é um caso de típico de reunir o elenco perfeito com a química certa em função de um bom roteiro. Além de, de quebra, contar com um ator realmente excepcional em um papel que dá asas a esse talento. No caso, Edward Norton – que, nos anos seguintes ao lançamento do filme, comprovou o talento observado aqui.

Definitivamente uma boa pedida.

Agora? A trilha sonora de Into The Wild.

Um comentário:

Unknown disse...

Feliz Páscoa!

Beijos.

Lucimar