sábado, 23 de janeiro de 2010
Hollywood (Charles Bukowski)
Hollywood conta a história de um escritor de contos, poesias e romances que se vê diante da oportunidade de escrever o argumento para um filme de longa-metragem. O personagem em questão se trata do já conhecido e também alter ego do autor, Henry Chinaski. E essa história em particular foi baseada na experiência de Bukowski ao escrever o argumento do filme Barflay – Condenados pelo Vício (1987).
Aqui, Chinaski é convencido a escrever um argumento para o cinema, embora deteste cinema e toda a pompa hollywoodiana. Viu muitos filmes ao longo dos anos, contudo não se identifica com aquilo tudo. Mas o dinheiro oferecido é bom e o idealizador do projeto, Jon, é convincente e acaba se tornando um bom amigo do escritor e da sua esposa, Sara.
Chinaski escreve o argumento e o que se segue a partir daí é uma montanha-russa de acontecimentos para que esse longa saia do papel. Assim como os livros do próprio Bukowski, o argumento de Chinaski aborda a realidade de um bêbado em seus anos de juventude que vem a ser, na verdade, baseada na história de vida do próprio Chinaski.
Através de sua linguagem simples, “suja” e direta, Bukowski retrata uma etapa da sua vida que reflete o lado podre de Hollywoody. As confusões, os interesses pessoais, o dinheiro que corrompe e a ausência da arte.
Nesse universo, como de costume, o álcool é um personagem importante, essencial, na trama. E o submundo tão explorado pelo autor também está lá, mas dessa vez, encontra a alta sociedade e as estrelas de Hollywood.
O livro consegue criar a sensação de que o leitor de fato participa dos acontecimentos registrados. Das reuniões, das conversas e tudo o mais. É como imergir e realmente vivenciar aquilo. Como se você estivesse em casa e ligasse para Chinaski. “Ei, e aí, tudo bem!?” e ele “sim, por que você não vem jantar aqui hoje?”. Você aceita e vai tomar um (ok, muitas garrafas de um) bom vinho e conversar horas sobre aquela época na qual ele decidiu escrever um filme. Vocês são grandes amigos. Essa cumplicidade é marcante.
Das páginas:
"Olhei no espelho. Gostava de mim mesmo, mas não no espelho. Não tinha aquela aparência." (página 24).
Da edição que tenho em mãos:
"Charles Bukowski (1920-1994) nasceu na Alemanha, veio para a América com dois anos e tornou-se um dos maiores poetas e ficcionistas dos Estados Unidos. Santo padroeiro dos bêbados escritores", escreveu, entre outros, o romance Misto-quente e os contos compilados no título Numa Fria.
Agora? Chico Buarque.
Depois de Hollywood, li Coraline (Neil Gaiman) novamente. Fica a dica para quem ainda não leu!
Ontem no cinema? Coco antes de Chanel - numa sessão péssima sem o som completo e fora de foco. Apesar das reclamações nada mudou. Resultado: um novo ingresso para assistí-lo novamente. Dessa vez, espero, de maneira decente. Portanto ainda não posso comentar.
Hoje no cinema? Chéri. Fica a dica.
E ainda 500 Dias com Ela novamente.
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Um comentário:
500 dias com ela é horrível...
Mas Bukowski é excelente.
Mas falando sobre o filme (500...), não é nada mais do que o filme sobre um cara que não sabe se relacionar com alguém amorosamente, e que tem ilusões sobre o que seria o amor devido aos filmes e musicas pop românticas, como ele mesmo diz ao final do filme.
Engraçado que eu gosto de assistir à série "New Girl" protagonizada pela Zooey Deschanel, e, lá, o personagem dela (e também o personagem Nick) também não tem a menor noção de como se relacionar amorosamente.
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