A falta de paciência e/ou tantos motivos mais podem nos privar de algumas coisas. Sou do tipo que, geralmente, se permite conversar sem propósito com pessoas que puxam assunto em filas e paradas de ônibus, por exemplo. Mas algumas vezes só quero que me deixem em paz. Hoje era um desses dias. Aquele dia em que você quer estar só para ouvir os seus próprios pensamentos e seu coração.
Fui ao cinema (sim, cinema sozinha é uma terapia e tanto para mim). Ao chegar havia apenas uma senhora e muitos minutos pela frente. Sentei-me próximo a ela, mas estrategicamente longe o suficiente para não haver diálogo, calculei errado... Ela achou que seria interessante conversar comigo. Tentei ser educada, mas deixando claro que preferia não conversar até que ela disse uma coisa que me fez mudar de atitude.
Ela disse “fique tranqüila, na hora do filme não falo nada, só acho legal trocar figurinhas antes de começar” ou alguma coisa assim. Pensei: “Tá, ok.” Chegaram mais algumas pessoas, pouco a pouco (a sessão estava tranqüila – amém!) e ela conversou mais com uma outra senhora que chegou e sentou mais perto. Participei um pouco, mais ouvindo do que falando.
E quer saber? Foi bom mudar de idéia, ver o que ela tinha a dizer. Às vezes acontece. È sempre bom saber que ainda existem pessoas educadas como essas duas, mesmo que, por pouco, eu quase tenha sido grosseira ou deixado passar.
Às vezes são pessoas insuportáveis, em outras ocasiões vale a pena, sorte mesmo e falta de paciência (ou não).
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