terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Do ato de procrastinar


Já aconteceu de você ter milhões de coisas para fazer e uma tarde inteira, por exemplo, para realiza-las, mas mesmo assim, chegar a noite sem que nada fosse concluído? Comigo já.

Às vezes eu nem sei bem como consigo passar as horas do dia sem fazer o que realmente preciso. Paro para refletir e me parece que o dia foi sugado por uma força maior sem que eu me desse conta de que os relógios seguiam em seu ritmo incansável, trabalhando sem descanso enquanto eu não percebo as horas passarem.

Eis que ontem a querida @marcialira compartilha comigo uma matéria da Época que fala justamente sobre a tendência das pessoas a deixarem para depois os seus afazeres menos prazerosos. O bom e velho ato de procrastinas que, confesso, infelizmente faz parte da minha rotina.

De lá:

“Janeiro é o mês em que as pessoas costumam traçar planos, reavaliar objetivos e pensar nas coisas que gostariam de mudar em sua vida. Assim como Jano, o deus romano de duas faces que dá nome ao mês de janeiro, nesta época olhamos simultaneamente para o passado e para o futuro, animados pela esperança de recomeçar. Há uma vontade genuína de mudança, mas ela costuma esbarrar, para boa parte das pessoas, numa barreira tão sólida quanto invisível: o hábito de adiar tarefas difíceis ou chatas, deixando-as para amanhã. Ao final de um ano de adiamentos, descobre-se que a vida mudou muito pouco.

Ao contrário do que parece, esse não é apenas um problema seu. Ou apenas de seu filho, que não estuda. Ou da nova garota no trabalho que não cumpre prazos. Empurrar com a barriga é uma tendência universal, profundamente enraizada no comportamento humano. É tão antiga que os romanos já tinham um nome para ela: procrastinar, que significa, literalmente, mover alguma coisa de um dia para o próximo.

Uma pesquisa recente da consultoria Triad PS, de São Paulo, que ouviu mais de 3.500 internautas, sugere que até 70% dos brasileiros postergam a realização de tarefas. Nos Estados Unidos, segundo levantamento do psicólogo americano Joseph Ferrari, pesquisador da Universidade DePaul, pelo menos 20% da população se encaixa na categoria de procrastinadores crônicos - são pessoas que adiam a realização de tarefas compulsivamente, a ponto de atrapalhar a carreira e os relacionamentos pessoais. Mas nem é preciso ir tão longe para esbarrar com as consequências negativas do hábito de deixar tudo para amanhã. Quem nunca perdeu o sono com o acúmulo de coisas atrasadas, que é o resultado invariável da procrastinação? Quem nunca se sentiu culpado depois de uma sessão de quatro horas em frente à TV, quando havia tantas coisas urgentes precisando de atenção? Quem não morreu de raiva de si mesmo por ter adiado, sem justificativa, aquele telefonema importante que, depois, acabou esquecido?” (Chega de enrolar/ Marcela Buscato. Leia a matéria completa aqui).

Pois é, me encaixo na categoria dos procrastinadores e, pior, sou do tipo culpado. Aliás, o pior tipo culpado: aquele que passa dias e até semanas – literalmente – se martirizando porque não fez isso ou aquilo como deveria e, não, não muda de atitude depois do martírio. Aquele que segue sofrendo e se culpando, só isso. É, eu sei, vocação para sofredora sem motivo real.

Minha situação é mesmo complicada. Por exemplo, sempre compro agendas, mas nem elas eu consigo usar. Depois de um tempo as pobrezinhas ficam relegadas a um canto escuro e esquecido do quarto. E como a minha memória não é as melhores essa atitude, definitivamente, não é a mais acertada.

Também nunca fui do tipo que faz resoluções de ano novo. Nunca tive paciência. Ao invés disso penso vagamente sobre coisas que preciso mudar em qualquer período do ano. Às vezes consigo e, às vezes não. Ponto para mim, não é? Ainda consigo reverter situações mesmo sem agendas ou planos anuais.

Estamos no dia 25 de fevereiro e eu, finalmente, comprei a agenda desse ano – agora vai! A meta é simples: organizar os afazeres e os pensamentos. Assim como sugere a matéria, não confiar apenas na memória. Vamos ver se funciona, pois tenho uma monografia para fazer e no tempo em que deveria estar terminando o pré-projeto eu decidi o tema. Mas a empolgação apareceu enfim e o sentimento é de que essa coisa de deixar para amanhã não tem sido tão legal. Tempo de mudança.

2 comentários:

Márcia disse...

Pelo menos, estamos juntas nessa desgraceira, Natali! A gente e mais meio milhão de gente, segundo essa matéria. Mas vamos lá, a gente consegue parar de se sabotar ;)

Caleidoscópio disse...

Hahahaha

Conseguiremos=)

=*