quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Aventura na estrada
Autores de guias de viagem vão para o inferno? consiste em um relato autobiográfico do americano, Thomas Kohnstamm, a respeito de quando ele largou um emprego monótono em um escritório em Manhattan para se lançar em uma nova e excitante aventura: escrever guias de viagem!
Apesar do seu mestrado em estudos latino-americanos e da sua genuína vocação para cidadão do mundo e viajante incurável, Thomas descobriu que o trabalho em questão vai muito além de diversão e vida fácil. O tão idealizado emprego dos sonhos pode se revelar bastante complicado.
Sua primeira missão foi atualizar o guia referente ao Brasil da Lonely Planet (empresa que vende, em média, seis milhões de cópias por ano). Thomas já havia visitado o país em outras oportunidades, mas dessa vez, a visita seria diferente.
O relato é construído de maneira objetiva como uma espécie de diário que divide a viagem (o prazo para a conclusão do livro é de aproximadamente dois meses, 62 dias) de acordo com o tempo que resta para a conclusão do trabalho. A narrativa é tão reveladora e íntima que é quase como se ele escrevesse a um amigo.
Sua “denúncia” aponta que os escritores de guias de viagem não recebem o suficiente para cobrir as exigências da empresa. Além disso, o tempo estipulado para cada obra não seria suficiente para que as pesquisas fossem realizadas satisfatoriamente. Sendo assim, Thomas confessa que, muitas vezes, os autores precisam escrever sobre lugares que nunca visitaram, por exemplo.
A viagem é regrada a álcool, drogas, sexo, brigas e conta até mesmo com uma rápida passagem pelo tráfico a fim de pagar algumas contas.
Mas além da polêmica e das revelações, o livro transparece a necessidade do autor de mudar, de buscar novas oportunidades e de moldar o seu próprio destino. Talvez algumas decisões tenham sido precipitadas ou imaturas, mas essas questões – mudança, insatisfação, sede de aventuras e a busca pelos sonhos – não são comuns à maioria das pessoas?
O livro consegue, portanto ser revelador em relação à profissão daqueles que escrevem guias. É dinâmico, divertido e também provoca a reflexão em relação a necessidade de seguir o próprio caminho.
De lá: "Você precisa tomar as rédeas da loucura e dominá-la". (Pág. 307)
* A revista TRIP fez uma entrevista com o autor.
Agora? Trilha sonora de Glee.
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Um comentário:
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