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Cheguei ao fim de Pulp (Charles Bukowski). E, para me despedir, outras palavras do autor:
"Esperamos e esperamos. Todos nós. Não saberia o analista que a espera é uma das coisas que faziam as pessoas ficarem loucas? Esperavam para viver, esperavam para morrer. Esperavam para comprar o papel higiênico. Esperavam na fila para pegar dinheiro. E, se não tinham dinheiro, precisavam esperar em filas mais longas. A gente tinha de esperar para se casar e para se divorciar. Esperar pela chuva e esperar pelo sol. Esperar para comer e esperar para comer de novo. A gente tinha de esperar na sala de espera do analista com um monte de doidos, e começava a pensar se não estava ficando doido também." (pág. 86)
"Éramos todos repugnantes, condenados aos nossos trabalhinhos sujos. Comer e peidar e se coçar e sorrir e festejar nos feriados." (pág. 77)
"Sentia o cérebro começando a pegar, Ainda não morrera, só estava em estado de rápida decomposição. Quem não estava? Estávamos todos na mesma canoa furada, tentando nos alegrar." (pág. 90)
"Me dava raiva olhar o espelho, mas olhei assim mesmo. Vi depressão e derrota. Bolsas escuras caídas sob os olhos. Olhinhos covardes, os olhos do rato acuado pelo pulo do gato. A pele parecia que nem tentava. Que odiava fazer parte de mim. As sobrancelhas caíam retorcidas, pareciam dementes, dementes pêlos de sobrancelhas. Horrível. Uma aparência repugnante." (pág. 76)
Na dúvida sobre o que ler agora...
Agora? Cat Power (Depois de ouvir Otto repetidamente durante o dia).
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