quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Maldade Rasa


Meu malvado favorito
Empresa aposta na animação com longa interessante, mas nem tanto

Meu Malvado Favorito (Despicable Me)
EUA/ 2010/ 95 min.
Direção: Pierre Coffin, Chris Renaud
Roteiro: Ken Daurio, Cinco Paul
Elenco (do original): Steve Carell, Jason Segel, Russell Brand, Kristen Wiig, Julie Andrews, Will Arnett, Danny McBride, Jemaine Clement, Miranda Cosgrove, Jack McBrayer, Mindy Kaling, Ken Jeong


Gru estava acostumado à maldade e ocupava o primeiro lugar em se tratando de inimigos públicos, mas a chegada de Vetor, um malvado mais novo cheio de energia, ameaça a estabilidade maléfica de Gru.

Diante disso ele precisa bolar um ataque grandioso que o lance novamente ao topo. Decide, então, colocar em prática o seu plano mais audacioso: roubar a lua! Para tal, precisará da ajuda de três meninas órfãs que podem alterar o rumo dos seus planos.

De acordo com o site do Omelete (que realizou uma entrevista com Steve Carell, dublador de Gru no original), a animação é o marco inicial da Illumination Entertainment. Empresa fundada pelo ex-presidente da 20th Century Fox Animation (responsável por A Era do Gelo, Robôs e Alvin e os Esquilos, por exemplo), Chris Meledandri.

Enquanto animação e direção de arte, o filme vai bem e consegue construir um longa repleto de personagens e ambientes atraentes para as crianças. Apesar dos traços mais duros do que os da Pixar, por exemplo, o filme tem seu charme e, nesse sentido, é realizado de maneira competente.

O 3D também é bem dosado. O que é bom, afinal o ideal é que a técnica seja utilizada a favor do enredo e não como uma simples desculpa para a realização de um filme repleto de objetos voando da tela em direção ao espectador. Meu Malvado Favorito consegue utilizar essa ferramenta de maneira interessante e não extrapola. Destaque para a cena da montanha russa.

Apesar de apostar em algumas piadas e referências voltadas para os adultos, o foco do longa é o público infantil e isso talvez seja o seu maior mérito uma vez que as animações têm se tornado cada vez mais adultas. Ou seja: muitas cores vibrantes, piadas mais simples e muitos personagens fofinhos como, por exemplo, o exército de ajudantes amarelos e pequeninos do malvado do título. As três meninas também conseguem criar um elo de identificação com o público infantil.

Apesar de tudo isso o filme não se desenvolve tão bem. O problema é que ele é raso. Não há profundidade nem dos personagens e nem mesmo do enredo. Tudo é muito óbvio e simples. Além disso, não há um investimento relevante na carga emocional do longa.

[Spoiler!] Gru inevitavelmente se envolve com as três meninas e passa a nutrir um sentimento fraterno verdadeiro, no entanto essa transformação é pouco explorada e pouco desenvolvida.

Sendo assim, o longa tem seus méritos, mas deixa a desejar. No entanto é uma ótima pedida para as criancinhas.

Agora? Mombojó.

* Atenção para a semelhança física entre Gru e o Tio Chico da Família Adams.

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