quinta-feira, 3 de junho de 2010

Desespero na neve

Pânico na neve cria tensão, apesar de não inovar



Pânico na Neve (Frozen)
EUA/ 2010/ 94 min.
Roteiro e Direção: Adam Green
Elenco: Emma Bell, Shawn Ashmore, Kevin Zegers

Então eu tenho esse fascínio por filmes que se passam completa ou majoritariamente em uma mesma locação. A exemplo de Festim Diabólico (Hitchcock), Mar Aberto (Chris Kentis) e Por um Fio (Joel Schumacher). Esse último em menor escala porque não se restringe muito a um mesmo local. Gosto do fato de alguém tentar manter o interesse do espectador por cerca de uma hora e meia ou duas horas sem poder sair do lugar. Em se tratando de enredos que levam esse confinamento ao extremo como no caso do já citado Mar Aberto, longa no qual um casal fica à deriva sem nenhum suporte físico, nada de barcos ou canoas, só os dois no meio do oceano, também chamam a minha atenção. Foi o que aconteceu com Pânico na Neve. Desde que vi o trailer sabia que teria que conferi-lo no cinema.

Nesse caso, três amigos, Parker (Emma Bell), Joe Lynch (Shawn Ashmore) e Dan (Kevin Zegers) estão passando um fim de semana em uma estação de esqui. Após um erro dos funcionários do local o trio fica preso no alto de um teleférico a cerca de 20 metros do chão. A situação se agrava porque se trata de um domingo e o local só voltará a funcionar na sexta-feira seguinte.

O filme não é brilhante, mas não decepciona. Pelo menos não vai decepcionar aqueles que gostem do estilo e que estejam esperando sentir apreensão e muita adrenalina.

Durante os 94 minutos de projeção o longa consegue estabelecer a tensão e deixar o espectador grudado na cadeira ou, em um segundo caso, movendo-se constantemente de tão apreensivo. O sofrimento e o desespero dos jovens conseguem ser transpostos para os que presenciam o desenrolar da história. A paisagem branca repleta de neve e distante da civilização ajuda a intensificar o nervosismo.

Apesar de conseguir estabelecer a tensão através da situação desesperadora e inusitada, da paisagem adotada e do desespero dos personagens, Pânico na Neve está longe de ser perfeito. O enredo é superficial e não é tão original assim, o próprio Mar Aberto ,sobre o qual se falou anteriormente, segue uma estrutura semelhante e também se passa na natureza. Além disso, Pânico na Neve apresenta alguns problemas de roteiro que, provavelmente, foram adotados por falta de uma resolução melhor e mais plausível. Um exemplo disso são animais da floresta que só aparecem nos momentos mais convenientes.

Trata-se de uma floresta e os lobos estão sempre lá, ok. Mas eles só participam do filme nos momentos-chave, momentos decisivos nos quais os personagens estão prestes a se arriscar de alguma maneira ou quando estão pensando sobre como podem sair do carrinho onde estão presos. Conveniente não? Pois esse é o principal defeito do longa: conveniência. Mas ainda assim te deixa apreensivo (a). E, nesse sentido, é intenso.


Agora? Julieta Venegas e Muse.

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