sábado, 20 de fevereiro de 2010

Manhattan (Manhattan)


Manhattan (Manhattan)
EUA/ 1979/ 96min.
Roteiro: Woody Allen e Marshall Brickman
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Mariel Hemingway, Michael Murphy, Meryl Streep

Então depois de duas tentativas frustradas de ver Manhattan (a primeira parando em 20 minutos e a segunda em uma hora e vinte por motivos externos. Não é possível assistir a filmes durante o carnaval – fato.) eu finalmente consegui chegar ao fim dessa história – felizmente.
Tudo bem que ver um filme nessas circunstâncias não é muito legal, mas valeu a pena. Manhattan é de 1979 e marca um período de transição na carreira de Woody Allen. Ele estava se afastando daquele personagem cômico que havia apresentado em seus primeiros filmes como Bananas e passou a trabalhar com um humor mais refinado. O intelectual falante ainda está aqui, mas de uma maneira mais sutil. E a história em si, dessa vez, se apresenta de maneira mais densa do que ele vinha fazendo até então. Uma guinada corajosa.
Manhattan na verdade é um filme que gera controvérsias até hoje entre público e crítica. Um dos filmes menos queridos pelo primeiro grupo, no entanto é aclamado pelo segundo.
Rodado em preto e branco sem enfatizar contrastes, mas sim explorando o cinza, o filme apresenta uma fotografia belíssima que retrata Nova Yorque em seus melhores ângulos passando por diversos pontos turísticos da cidade. A cena de abertura, que mostra cenas da cidade ao som de Rapsody in Blue, de Gershwin, enquanto um personagem, nesse caso um roteirista, tenta descrever Nova Yorque sem sucesso, é marcante, além de um retrato apaixonado da cidade.
Os clássicos planos seqüência de Allen também estão aqui. Nesse contexto de tonalidade cinza, por diversas vezes os rostos dos atores ficam no escuro só para, depois de um tempo, voltarem à luz. Vale ressaltar também que o longa conta com cenas de composições belíssimas.
O texto afiado de Allen marca presença, mas dessa vez sem provocar uma piada atrás da outra. Aqui a comédia vem mais devagar, caminha no ritmo do filme, sutilmente. Sua precisão se reflete na construção das tramas paralelas que são consistentes. Os próprios atores também merecem destaque porque caem muito bem em seus respectivos papéis. No fim temos um filme completo e coeso.
Aqui constam alguns dos temas abordados no decorrer da carreira do cineasta: relacionamentos amorosos e as suas confusões, além da relação dos personagens com as grandes cidades e uma pitada de psicanálise.
Na trama, Isaac Davis (Woddy Allen) é um roteirista que escreve para um badalado programa de televisão, embora não goste do que faz. Foi casado duas vezes. Sua segunda ex-esposa, Jill (Meryl Streep) o deixou por uma mulher e agora ameaça escrever um livro sobre o relacionamento dos dois, expondo todos os problemas e situações constrangedoras da relação. Agora, aos 42 anos, Davis namora uma garota de 17, Tracy (Mariel Hemingway), mas não acredita realmente em um relacionamento com uma adolescente.
Paralelamente, o melhor amigo de Davis, Yale (Michael Murphy) que tem um casamento aparentemente completo e feliz começa a ter um caso com uma jornalista intelectual, Mary Wilkie (Diane Keaton). À princípio, ela e Davis não se batem, no entanto, no decorrer da história alguma coisa muda e a confusão amorosa está armada.



Agora? Tiê. E mais uma dela. Dica de Alessandro, gostei.

Ainda lendo Como Aprimorar um bom Roteiro. Uma pilha de livros por ler...

Um comentário:

Tati Lemos disse...

Eu não vi esse filme ainda! Mas ja vou providenciar de ve-lo, só pelo que vc escreveu fiquei animadíssima!

Adorei seu blog, flor, ja sigo!