segunda-feira, 9 de novembro de 2009

James e o Pêssego Gigante (James and the Giant Peach)


James e o Pêssego Gigante (James and the Giant Peach)
EUA-Inglaterra/ 79min./ 1996
Roteiro: Roald Dahl, Karey Kirkpatrick, Jonathan Roberts, Steve Bloom
Diretor: Henry Selick
Elenco: Simon Callow, Richard Dreyfuss, Jane Leeves, Joanna Lumley, Miriam Margolyes, Pete Postlethwaite, Susan Sarandon...

Então eu nunca havia assistido a James e o Pêssego Gigante de Henry Selick, também diretor de O Estranho Mundo de Jack (1993) e Coraline (2009). Assim como os demais trabalhos do de Selick, James... se trata de uma animação em stop motion. Modalidade que muito me agrada, diga-se de passagem.
A diferençã aqui é que a animação e os personagens de carne e osso (live action) coexistem e se misturam.
O longa, adaptação do livro homônimo de Roald Dahl (também autor do livro A Fantástica Fábrica de Chocolates) conta a história de James, um garotinho que, ao se tornar órfão, passa a morar com duas tias que o privam de qualquer diversão ou mesmo de contato com outras crianças. O dia-a-dia dele se resume então a trabalhar exaustivamente para que as duas tenham conforto sem esforços. James é uma espécie de gata borralheira infantil e, assim como as histórias da Disney costumam ser, o menino representa a pureza, a boa vontade e a inocência enquanto as tias são a personificação da maldade.
Depois de um encontro inusitado, James tem acesso a uma espécie de magia que faz surgir um pêssego gigante em seu quintal. Pêssego esse que o levará a um novo mundo repleto de aventuras e amigos inusitados.
O mundo "real" onde predomina o sofrimento é representado pelos atores de carne e osso. Já a "fantasia" e a busca pelo mundo "onde tudo pode acontecer e acontece", como diz o narrador, é representada pela animação e a interação entre ambos acontece perfeitamente.
Tim Burton (A Noiva Cadáver, Os Fantasmas se Divertem e A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça) assina a produção do filme e as características que permeiam seus próprios filmes e também os assinados pelo próprio Selick se fazem presentes. É o caso dos traços dos personagens animados e também da queda pelo mórbido e pelo sombrio. Mas, neste caso, a fantasia se sobressai ao dark.
James... é uma obra voltada para o público infantil que se apresenta nos moldes da Disney. Com personagens bem definidos e classificáveis com uma mensagem à passar. Nesse caso, a importância de sonhar e a capacidade de uma única pessoa mudar a realidade, mesmo em se tratando de uma criança.
Tudo isso envolto na já conhecida estética das animações de Henry Selick que se apresenta competente e marcante como de costume. Um deleite visual.

PS) Um dos momentos mais interessantes é passagem de um mundo para o outro. Sendo esse, inclusive, um aspecto a se destacar pela semelhança com Alice no País das Maravilhas. Mas além do já destacado visual, o longa conta também com números musicais assim como aqueles já conhecidos desde O Estranho Mundo de Jack.

Um belíssimo filme para todas as idades.

* Fica agora a vontade de ler o livro.

** Depois disso relendo O Pequeno Príncipe.

Agora? Lady Gaga.

Um comentário:

- disse...
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