quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Caçadores de luz
O ano começou bem. O primeiro livro de 2011 me foi emprestado pela linda Talita Tavares, uma jornalista apaixonada por fotografia. A obra em questão é Caçadores de luz – histórias de fotojornalismo (Publifolha/ 2007).
O livro, organizado a seis mãos, pelos irmãos: Alan Marques, Lula Marques e Sérgio Marques, traz histórias divididas em três partes: A luta pela imagem, Histórias de presidentes e Celebridades do Mundo.
O ponto de partida de cada crônica jornalística é uma foto marcante. A partir dela o fotógrafo em questão narra o processo de consegui-la. O leitor tem, portanto acesso aos bastidores do fotojornalismo, à política, às dificuldades de se trabalhar com a imagem no jornalismo e muito mais.
Os três irmãos trabalham em Brasília. Sendo assim, estão em contato constante com a política. E, para fugir do lugar-comum das imagens, precisam apostar no instinto e na criatividade. Precisam ser fotógrafos, mas também jornalistas, vendedores das suas ideias e propostas, artistas e também precisam ser safos.
A linguagem é simples e objetiva. Os relatos são construídos como que para um amigo próximo. A leitura é deliciosa.
Ética, determinação, disposição, comprometimento, criatividade. Todos esses são elementos fundamentais para se trabalhar com fotojornalismo. Isso fica claro através das memórias dos autores em questão. Para quem não conhece esse lado do jornalismo, é interessante ter acesso a detalhes da profissão.
FHC, Collor, Itamar Franco, Lula, confrontos, acidentes aéreos. Tudo isso está registrado nas páginas de Caçadores de Luz. O problema é que quando o livro acaba o leitor fica querendo mais. Um prato cheio para jornalistas, fotógrafos, curiosos, interessados e estudantes.
Infelizmente, apesar de se tratar de um livro sobre fotojornalismo, as fotografias acabaram sendo relegadas à segundo plano. A edição deixa a desejar em relação ao acabamento estético do livro que apresenta poucas fotografias não muito bem utilizadas.
"Os autores:
Sérgio Marques é editor de fotografia da sucursal de O Globo em Brasília, onde trabalha de 1984. Já fotografou para a revista Veja, para o Correio Braziliense e para a Empresa Brasileira de Notícias (EBN), quando teve a oportunidade se ser o único fotografo brasileiro a fazer parte da comitiva oficial do papa João Paulo 2º, em sua primeira visita ao Brasil.
Lula Marques é coordenador de fotografia da sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo, onde trabalha há 21 anos. Ganhou os prêmios Folha de Fotografia de 1999, Embratel de Fotojornalismo de 2000, Grande Prêmio de Jornalismo da Folha em 2000, primeira e única vez em que uma mesma foto ganhou o Grande Prêmio da Folha e o Prêmio Folha de Fotografia.
Alan Marques trabalha como repórter-fotográfico da Folha de S.Paulo desde 1997. Participou da exposição dos 80 anos da Folha, do livro de fotografias do MST, Acesso à Terra no Brasil, ganhou menção honrosa no Prêmio João Primo e o Prêmio de Jornalismo Impresso e de Fotografia da Agência Brasileira de Segurança em 2005." (Texto daqui)
Das páginas:
"A minha máquina me dava a sensação de estar fora daquele mundo caótico, protegido por algum campo de força, e de que nada me atingiria." (Texto: Guerra Urbana/ Alan Marques/ pág. 26)
"Ser fotógrafo é trabalhar como vendedor: às vezes não sefecha o negócio no primeiro momento, mas não se pode desistir." (Texto: Veio do céu/ Alan Marques/ pág. 83)
"Com uma máquina Nikon F4 na mão e uma grande lente angular de 17mm, rodei o primeiro filme de 36 poses em menos de um minuto. O desespero para abastecer a máquina fotográfica no meio da guerra e a preocupação de não perder um instante faziam o corpo funcionar rápido." (Texto: Guerra Urbana/ Alan Marques/ pág. 25)
Agora? Rihanna.
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Um comentário:
Ooi, ameei seu blog! Segue o meu? Já sigo aqui, beijinhos!
portalgarotamoderna.blogspot.com
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