quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Do ser completo, do ser metade


"A única obsessão que todo mundo quer ter: o 'amor'. As pessoas pensam que quando se apaixonam elas se completam? A união platônica das almas? Pois eu não concordo. Eu acho que você está completo antes de se apaixonar. E o efeito do amor é fracionar você. Antes você está inteiro, depois você racha ao meio. Ela era um corpo estranho que havia se introduzido na sua integridade. E que você passou um ano e meio tentando incorporar. Mas você só vai conseguir ficar inteiro depois que expelir esse corpo estranho. Ou bem você se livra dele ou bem você o incorpora, distorcendo a si próprio. E foi isso que você fez, e foi por isso que você enlouqueceu." (O Animal Agonizante - Philip Roth - pág. 85).

Há um tempo atrás assisti a Fatal (Isabel Coixet). Ao sair da sessão me dirigi automaticamente à Saraiva a fim de adquirir o livro no qual o filme se baseou, O Animal Agonizante (Philip Roth). Li e, essa semana, voltei a lê-lo. Não estou no clima de escrever a respeito e nem sei bem como me sinto em relação à obra. No entanto o trecho acima me chamou atenção. Compartilho.

Imagem via google.

2 comentários:

uma leitora disse...

Ebaa! To na fila pra ler O Animal 0/

Vê um trecho de Lou Andreas-Salomé, um poquinho disso aí de Philip Roth:

“Só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal...

... cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro.”

bjooo
Berê

Natali Assunção disse...

É mesmo"

=)