segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bala na agulha (Marcelo Rubens Paiva)


O personagem principal de Bala na Agulha atende por muitos nomes dependendo da situação. Ele é um traficante brasileiro que vive em Nova Iorque que acaba se envolvendo em uma intricada trama policial repleta de conflitos e problemas mal resolvidos.

A história é contada do ponto de vista de Thomaz, um dos nomes do protagonista, que relata a sua jornada em um tom confessional e pessoal. A sua relação com o leitor é íntima e de camaradagem. Ele está pronto para compartilhar os acontecimentos da sua vida sem esconder os detalhes.

Thomaz vive do tráfico, mas se encontra estagnado, angustiado com a falta de emoção e de novidade na sua vida. Após se envolver em um assassinato será, enfim, levado a grandes emoções envoltas em uma trama conspiratória.

O livro é curto, escrito de maneira clara e objetiva. O interessante é que, apesar de se tratar de uma trama de conspiração, a resolução do caso e das complicações, não demoram muito a aparecer nem são constantemente reorganizadas de maneira a confundir o leitor. Mesmo assim – e até mesmo por isso – a leitura se torna fluida e dinâmica, sem excessos ou enrolação.

A linguagem é rápida, contemporânea, simples e direta. Os personagens não se encerram em definições maniqueístas. Nessa obra qualquer um pode apresentar os dois lados de uma mesma moeda, assim como acontece na vida. As páginas são ainda carregadas de ação e tensão, além de apresentarem um retrato interessante do protagonista que guia o leitor de maneira amigável através do seu ponto de vista e reflexão.

Um daqueles livros que você quer ler todo de uma vez só.

Do autor já li também, há algum tempo, o clássico Feliz ano velho (fica a dica para quem nunca leu). Também acompanho o seu blog e ando muito interessada em ler mais coisas dele.








Agora? John Mayer.

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