segunda-feira, 26 de julho de 2010

Caçada na floresta


Predadores
Robert Rodriguez retoma sucesso dos anos 80

Predadores (Predators)
EUA/ 2010/ 107 minutos
Direção: Nimród Antal
Roteiro: Alex Litvak, Michael Finch, Jim Thomas, John Thomas
Elenco: Adrien Brody, Alice Braga, Topher Grace, Oleg Taktarov, Walton Goggins, Louis Ozawa Changchien, Laurence Fishburne, Danny Trejo, Mahershalalhashbaz Ali

A verdade é que não sou fã dos filmes com o Predador. Não vi o primeiro, de 1987, com Arnold Schwarzenegger, nem o segundo, de 1990, com Danny Glover e, muito menos, Alien Vs. Predador (2004), mas ao acompanhar as notícias sobre a retomada da série com o novo Predadores confesso que o meu interesse foi, enfim, despertado.

Só o fato de um filme desse estilo trazer o oscarizado Adrien Brody como protagonista já era o suficiente para fazer com que eu realmente quisesse dedicar cerca de duas horas da minha vida para conferir o resultado, afinal, é inusitada – e interessante – a escolha de trazer um grande ator como ele para realizar um filme de ação. Além disso, o nome de Robert Rodriguez na produção também me convenceu.

Predadores se passa antes dos demais filmes da série. Aqui, um grupo heterogêneo de humanos especializados em matar é selecionados para um jogo, aliás, para uma caçada. Mas, nesse caso, eles são a caça e os verdadeiros caçadores e líderes do jogo são os predadores que se divertem através dessa perseguição desleal em uma floresta desconhecida pelos humanos e que apresenta características peculiares.

A proposta de retomar a série a partir de um novo ponto foi bem bolada e a sinopse prometia um retorno interessante cheio de emoção. Mas, infelizmente, a promessa não se cumpre e o filme se perde em um roteiro muito mal elaborado constituído pelas piores falas de todos os tempos – Ok, talvez não de todos os tempos, mas o páreo é duro.

Os atores se esforçam, mas é difícil constituir um personagem consistente quando não há nenhuma profundidade. Aquilo que é apresentado nos primeiros minutos de filme é mantido – com raríssimas e mínimas exceções – no decorrer da projeção. O elenco consegue se manter dentro das suas possibilidades, em especial Brody e Alice Braga, mas na verdade não há nada que se possa fazer.

Em compensação, as criaturas continuam interessantes – tanto os próprios predadores como as poucas outras que participam do filme. A presença de Brody também acrescenta ao longa, especialmente por não se tratar de um homem não tão grande. Certo. Bem menor do que os astros de ação como o próprio Schwarzenegger. Essa sua particularidade torna tudo mais interessante.

A história se trata basicamente de uma perseguição de gato e rato sem nenhuma profundidade. O que poderia não ser um problema, mas além disso, o óbvio é verbalizado a todo momento, o que deveria ter sido resolvido através de imagens ou, pelo menos, de diálogos consistentes e interessantes que conseguissem acrescentar algo à narrativa, ao invés de dizer apenas o que já se sabe através de frases de efeito tão rasas quanto um pires – ou ainda mais rasas.

Um ponto alto é o fato de o filme não exagerar nos efeitos especiais, mas nesse mesmo quesito o longa perde alguns pontos uma vez que uma parte dos poucos efeitos utilizados não impressionam e estão aquém do que se vê hoje em dia. Por exemplo: atenção ao momento em que o grupo percebe que a floresta em questão é mais do que uma simples floresta.

Apesar dos grandes furos e da tendência à comédia, o filme deve agradar aos fãs da série que, inclusive, podem se animar ainda mais porque a seqüência já foi confirmada.

Quanto a mim, confesso, vou conferir os dois primeiros filmes da série.

Agora? Norah Jones.

3 comentários:

Nick disse...

pegou leeeve!
filme o oh!

"feel the vibe of this plaaace!"

"i'm alive!!!"

Anne Durey disse...

Odeio esse didatismo que alguns filmes, e todas as novelas, usam. Ter que falar o que poderia ser passado apenas por um bom jogo de imagens, que não precisa nem ser daqueles ultra elaborados, é muito chato. Adorei o texto e confesso que não estava interessada em ver o filme mas reconheci um pouco de Eclipse Mortal no enredo (que eu adoooooooooro de tão ruim que é) então vou dar uma conferida!

Camila disse...

Concordo com o primeiro comentário: "pegou leve"... :D