quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

J.D. Salinger



"O que realmente me impressiona é um livro que, quando você acaba de lê-lo, você deseja que o autor que o escreveu fosse um amigo incrível seu e que você pudesse ligar pra ele quando sentisse vontade". (J.D. Salinger - O Apanhador no Campo de Centeio).

Da Folha:

"Morre o escritor J.D. Salinger aos 91 anos

O escritor J.D. Salinger morreu aos 91 anos, "de causas naturais", em sua casa em New Hampshire, nos EUA.
Recluso havia muitos anos, o escritor não dava entrevistas desde 1980 nem se deixava fotografar.
O seu livro mais conhecido, "O Apanhador no Campo de Centeio", foi lançado em 1951, quando ele tinha 32 anos.
Escritor J. D. Salinger, de "O Apanhador no Campo de Centeio", aos 44 anos
O personagem principal do livro, o adolescente Holden Caufield, se tornou símbolo da geração de jovens do pós-guerra.
A obra foi um sucesso mundial, e vendeu mais de 60 milhões de cópias em todo o globo.
O anúncio da morte foi feito pelo filho do autor, a partir de um comunicado emitido pelo representante literário de Salinger, nesta quinta-feira.
Jerome David Salinger completou 91 anos no último dia 1º. Ele estava sem publicar um trabalho havia mais de quatro décadas.
"Amo escrever", disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal "The New York Times". "Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer."
O último trabalho literário publicado assinado por ele foi "Hapworth 16, 1924", em junho de 1965.
O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.
Durante a Segunda Guerra Mundial ele se alistou na infantaria, e esteve envolvido com a invasão da Normandia. Os companheiros de exército de Salinger o consideravam corajoso, um verdadeiro herói.
J.D. Salinger na capa da "Time" em setembro de 1961
Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).
Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.
Salinger namorou durante algum tempo, na década de 1980, a atriz Elaine Joyce, e no final daquela década se casou com a enfermeira Colleen O'Neill, 45 anos mais jovem que o autor. Pouco se sabe sobre a vida conjugal do casal, pois Colleen adotou o código de silêncio de seu marido, e não concedia entrevistas.
Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como "Story", "Saturday Evening Post", "Esquire" e "The New Yorker" na década de 1940, e o primeiro romance "O Apanhador no Campo de Centeio" transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.
Os outros livros dele editados no Brasil são as coleções de contos "Nove Estórias" e "Franny & Zooey" e dois pequenos romances reunidos em "Carpinteiros, Levantai Bem Alto a Cumeeira; Seymour - Uma Introdução".
Muitas das histórias reunidas nessas obras tem como personagens centrais a família Glass, cujos filhos foram crianças prodígios e os pais, artistas."

Sobre a sua morte no Terra.

Um dia triste.

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