sábado, 9 de maio de 2009
Numa Fria (Bukowski) - Mais!
Página 128 de um total de 228. Até agora tenho gostado, então vai ser muito difícil me desapontar nesse pouquinho que resta.
Os contos sempre falam sobre sexo, escritores-gigolôs, bêbados e pervertidos, por exemplo, com uma linguagem coloquial e sem meias palavras. São histórias simples sobre os que vivem na marginalidade e também sobre essa tal marginalidade em si. Começam e terminam "do nada", como se não houvesse nada maior por ali, mas é justamente isso que deixa o leitor com a impressão de quem passou o dia ao lado daquelas pessoas vivênciando aquelas experiências.
Além disso, Bukowski nos presenteia, muitas vezes, com ótimas sacadas sobre os mais diversos assuntos e a maneira como ele expressa essas opiniões fazem a diferença.
-> Das páginas:
"Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece."
"Que aparência teria um abusador de crianças? Resposta: a de todo mundo, até lhe dizerem quem é um."
"O tempo muda o que acontece?"
"O trabalho estava lhe dando nos nervos. Seis anos, e não tinha um centavo no banco. Era assim que pegavam a gente - só davam o bastante para a gente se manter vivo, mas nunca para acabar se escapando."
"Esse era o prblema de ser escritor, o problema principal - ócio, ócio demais. A gente tinha de esperar que a coisa crescesse até poder escrever, e enquanto esperava ficava doiso, e enquanto ficava doido bebia, e quanto mais bebia, mais doido ficava. Não havia nada de glorioso na vida de um escritor nem na vida de um bebedor."
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