terça-feira, 17 de março de 2009

Copo vazio... Quebrado


Desse jeito fica muito difícil ser otimista...

Retirado do JC:


» ÁUSTRIA
Fritzl admite parte da culpa
Publicado em 17.03.2009


No 1º dia de julgamento, Monstro da Áustria confessou crimes de estupro, incesto, coação e sequestro contra a filha Elisabeth, mas negou homicídio de filho-neto

VIENA – Começou ontem, em Saint Poelten, pequena cidade perto de Viena, o julgamento de Josef Fritzl, o engenheiro austríaco de 73 anos acusado de ter encarcerado num porão durante 24 anos a própria filha, Elisabeth, com quem teve sete filhos. O Monstro da Áustria admitiu ser culpado das acusações de estupro, incesto, coação e sequestro, mas não admitiu homicídio culposo e escravidão.
A promotora Christiane Burkheiser abriu a acusação falando sobre o “martírio incalculável” ao qual foi submetida Elisabeth, trancada em um cômodo de apenas 11 metros quadrados, em agosto de 1984, quando tinha 18 anos. Ela contou que Fritzl não falava com a filha nos primeiros anos de cativeiro, descendo apenas para estuprá-la.

“Ninguém pode imaginar o que aconteceu no subsolo”, disse a promotora, ao contar detalhes sobre o sofrimento de Elisabeth, estuprada pela primeira vez já no segundo dia de cárcere e que viveu nove anos sem água quente, aquecimento e chuveiro.

Para dar uma ideia do ambiente úmido e mofado onde Elisabeth viveu por 24 anos e teve cinco partos sozinha, com a ajuda apenas de um livro de instrução e uma tesoura – no último, dos gêmeos Alexander e Michael, em 1996, ela teve a ajuda do pai – a promotora apresentou alguns objetos como “provas do cheiro” que predominava na prisão da vítima e de três dos seus filhos nascidos lá. Três das crianças, as chamadas “crianças da luz”, foram criadas na superfície por Fritzl e sua mulher, Rosemarie. Ele alegava que as crianças tinham sido enviadas por Elisabeth, que teria fugido para viver numa seita.

O nascimento dos gêmeos, em abril de 1996, foi abordado em detalhes. Fritzl é acusado de homicídio culposo por não ter ajudado Michael, uma das crianças, que morreu pouco depois do nascimento em consequência de uma doença respiratória. Segundo a promotora, o menino teria sobrevivido se tivesse tido assistência médica.

Dos cinco crimes de que é acusado, Fritzl pode ser punido com uma pena maior – de prisão perpétua – pelo de homicídio culposo. Qualquer que seja a sentença, que deverá ser anunciada até a sexta-feira, o Monstro da Áustria nunca mais voltará a viver em liberdade. Com base no diagnóstico de distorções de personalidade elaborado pela psiquiatra Adelheid Kastner, da Clínica Neurológica Wagner Jaureg, de Viena, por trás da aparência decente, há “um vulcão, com lava destrutiva”. Josef Fritzl deverá ter decretada a sua permanência em um clínica psiquiátrica mesmo depois do cumprimento da pena à qual deverá ser condenado.

LÁGRIMAS

No primeiro dos cinco dias previstos de julgamento, o engenheiro entrou no prédio do tribunal com o rosto coberto por um fichário azul. Com a voz trêmula e algumas lágrimas no rosto, ele falou sobre a sua infância. “A minha mãe não me queria. Ela já tinha 42 anos. Não queria um filho e me tratava assim. Eu era espancado”, afirmou ele.

Elisabeth e seus seis filhos acompanham o processo da clínica neurológica de Amstetten, a cidade da família. Os filhos não precisam depor contra o pai e avô, e Elisabeth gravou o seu depoimento, no qual entra em detalhes sobre os 24 anos de cativeiro e as mais de mil vezes que foi estuprada pelo pai, em 11 horas de DVD. “Luz acesa, estupro, luz apagada” – assim descreve a promotora a relação de Fritzl com a filha.

Acusado quer transformar casa em ponto turístico
Publicado em 17.03.2009


VIENA – Josef Fritzl tenta lucrar com a própria notoriedade. Alegando que planeja angariar recursos para as suas vítimas, ele ofereceu um dos seus imóveis, “a casa do horror”, em Amstetten, para o uso como atração turística, e negocia também entrevistas remuneradas por até 1 milhão.
A casa tem mil metros quadrados de área. Desde abril do ano passado, o imóvel está lacrado pela polícia. A oferta foi confirmada pelo advogado de Fritzl, Rudolf Mayer, que lembra que o seu cliente está falido e por isso procura arrecadar recursos para ajudar sua filha Elisabeth e as seis crianças que teve com ela.

Segundo o jornalista Heinz Sichrovsky, da revista News, Fritzl ofereceu o seu caso para estudo, alegando ser o “principal ator” da questão. Em troca de remuneração, ele estaria disposto a “abrir o abismo da sua personalidade”.

Enquanto Elisabeth e os seis filhos, ainda bastante marcados pelo trauma, recusam-se a dar qualquer entrevista, Fritzl chegou a negociar um encontro com a imprensa inglesa, que não deu certo porque o jornal não aceitou pagar a quantia exigida por ele, e deverá dar em breve, por ocasião da sentença, um depoimento a uma agência de notícias, também inglesa, pela qual vai faturar 1 milhão.

Fritzl tinha um patrimônio no valor de 2 milhões, formado por imóveis e alguns negócios. Mas, com a sua prisão, as dívidas começaram a crescer e somam hoje cerca de milhões de euros.


* Não existem palavras... E a gente vai levando...

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