terça-feira, 27 de abril de 2010

Fantastic Mr. Fox (Roald Dahl)


Daquela lista exposta aqui o primeiro livro a ser visitado foi Fantastic Mr. Fox. Tive o meu primeiro contato com a obra literária de Roald Dahl no ano passado. Até então só conhecia o seu trabalho através dos filmes que o adaptaram.

Depois de ler A Fantástica Fábrica de Chocolate percebi que precisava conhecer mais do mundo criado por esse escritor cuja visão se apresenta de maneira tão peculiar. Li em seguida As Bruxas e, agora, o Senhor Raposo.

Dahl apresenta histórias infantis sem infantilidade. Trata do universo da criança de maneira sóbria, encantadora e às vezes um tanto sombria, digamos assim.

Em O Fantástico Sr. Raposo ele apresenta a história da raposa do título que mora em um buraco embaixo de uma árvore próximo a três fazendas. É dessas três fazendas que ele rouba diariamente o alimento que sustenta a sua família. O Sr. Raposo é especialista nesses roubos, além de ser extremamente habilidoso. No entanto ele e sua família são encurralados pelos três fazendeiros que passam a procurá-los, cavando-os na sua toca. Inicia-se então uma perseguição entre eles.

O livro é simples e bem curtinho. Apresenta uma linguagem objetiva e um toque de aventura. O senhor Raposo representa uma espécie de malandro, mas que precisa sobreviver. Para isso, é indispensável se alimentar. Diante da necessidade ele se vê obrigado e roubar dos ricos fazendeiros que, por sua vez, representam homem mesquinhos e egoístas. Uma luta de classes e ideais de maneira bem leve e infantil.

Entretanto alguns detalhes me chamaram atenção no livro. Em uma determinada passagem há uma certa apologia à bebida. Achei incoerente com a faixa etária a que a obra se dedica. No momento em questão, o Sr. Raposo, um dos seus filhos e outro personagem têm acesso à um local repleto de cidra caseira. Uma bebida forte e alcoólica. Não só o Sr. Raposo bebe e a descreve como “ouro derretido” como o filho dele, uma criança, também bebe. Bom, não costumo ser taxativa nem contra esse tipo de expressão. Sou mesmo à favor da liberdade e geralmente coisas desse tipo não me incomodam, mas confesso que me pareceu um tanto estranho.

Outro aspecto chamou a minha atenção, mas aqui é uma observação muito particular e talvez sem sentido. Fiquei pensando. A raposa rouba as galinhas do fazendeiro, ok? Os personagens das histórias – exceto os tais fazendeiros – são todos animais, mas os únicos que não falam são os roubados pela raposa. Fiquei com uma certa sensação de canibalismo. Quero dizer, as galinhas também são animais! Ok... era só isso.

* Para visitar o site oficial do autor basta clicar aqui.


Agora? Nouvelle Vague.

Um comentário:

Anônimo disse...

Natali...
nunca li nada dele...
mas fiquei com muita vontade...
Sou fã de Wes Anderson...e foi com ele que conheci o fantástico Sr.Raposo...
vou ler o livro logo...logo...
beijos
Leca